IBM simula cérebro de um gato

IBM simula cérebro de um gato
O programa simula um cérebro com um bilhão de neurônios, capazes de processar 10 trilhões de sinapses individuais.
Geek
Por Luciana Alves
Em comunicado à imprensa, cientistas da IBM anunciaram a realização de uma simulação computadorizada equivalente ao cérebro de um gato. Elaborado em parceria com a Universidade de Stanford e o Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, dos Estados Unidos, o simulador representa um progresso significativo na chamada computação cognitiva.
Para executar a simulação cortical do cérebro quase em tempo real, superando em número os neurônios e as sinapses encontradas no córtex de um gato, a equipe construiu um simulador cortical que incorpora uma série de inovações em computação, memória e comunicação, assim como sofisticados detalhes biológicos obtidos por meio da neurofisiologia e da neuroanatomia.
O programa simula um cérebro com um bilhão de neurônios, capazes de processar 10 trilhões de sinapses (troca de informações entre os neurônios) individuais. Segundo os pesquisadores, seu objetivo é criar um programa de computador capaz de simular e emular as habilidades do cérebro para a sensação, percepção, ação, interação e cognição.
A simulação do cérebro de um gato foi realizada em um supercomputador Blue Gene, com 147.456 CPUs e 144 terabytes de memória principal, mas os pesquisadores imaginam que, no futuro, possa existir um chip sinaptrônico, um processador que funcione utilizando os mesmos mecanismos das sinapses cerebrais.
“Conforme os mundos físico e digital continuam a se misturar e a computação se incorpora à nossa vida diária, é imprescindível que criemos um sistema de computação mais inteligente que possa nos ajudar a entender a grande quantidade de informações disponíveis, de forma muito parecida com o nosso cérebro, que é capaz de interpretar rapidamente e agir frente a problemas complexos,” disse Josephine Cheng, diretora de pesquisas da IBM, no comunicado.
Além da simulação cortical em grande escala, a equipe revelou o desenvolvimento de um novo algoritmo, chamado BlueMatter (Matéria Azul, em português), que sintetiza os dados neurológicos e que já está sendo utilizado para a próxima etapa da pesquisa, que prevê alcançar resultados semelhantes na simulação do cérebro humano.
Utilizando técnicas de captura de imagens por ressonância magnética, os cientistas estão medindo e mapeando as conexões entre todas as localizações corticais e subcorticais no cérebro humano. A intenção é criar uma espécie de esquema elétrico do cérebro, já que a grande maioria das sinapses é elétrica.
Quando combinado com o simulador cortical, o algoritmo BlueMatter permite que os cientistas testem várias hipóteses matemáticas sobre a estrutura e o funcionamento do cérebro, assim como permite que eles avaliem como sua estrutura afeta sua função.
Segundo Register, o gerente de Computação Cognitiva da IBM, Dharmendra Modha, dá mais detalhes e explicações sobre o projeto em seu blog.
“Nossa esperança é de que, através da incorporação de vários ingredients que os neurocientistas pensam ser importantes para a cognição no cérebro, como padrões gerais de estatísticas de conectividade e sinapses plásticas (o termo “plástica” significa que a força das conexões pode mudar de acordo com certas condições), talvez sejamos capazes de usar o modelo como ferramenta para entendermos como o cérebro produz a cognição”, disse Modha no blog.

0 Comente você Também:

Postar um comentário

Comentando você estará me ajudando.