Adulto não entra: redes sociais infantis
As redes tradicionais não são recomendadas para os pequenos. Conheça algumas redes aprovadas para a molecada.
Geek
Por Rodrigo Martin de MacedoOrkut, Facebook, MySpace, Twitter, Last.fm… A internet está infestada de redes sociais, que facilitam a comunicação, a manutenção e criação de novos contatos e animam a vida de quem passa mais tempo olhando o monitor que se dedicando à vida social real.
Todavia, estas redes excluem um público também crescente na rede: as crianças. Existem muitos motivos para se preocupar se seus filhos estão prestes a entrar em alguma destas redes, que se restringem ao público maior de 13 anos. As informações em circulação por estes espaços não costumam passar por qualquer tipo de filtro além do bom senso de cada usuário. Para piorar a situação, a pedofilia é um problema em evidência em diversos ambientes online.
Uma pesquisa pela organização britânica Ofcom, publicada e m abril de 2008, mostrou que um terço dos internautas entre 8 e 11 anos de idade estão registrados em pelo menos uma rede social. Para piorar a situação, 40% deles deixa dados visíveis na rede, o que significa uma brecha de segurança e privacidade.
O que fazer então para não deixar estas crianças de fora? Atendendo a este público tão diferente outras redes sociais seguras foram criadas. Conheça aqui algumas delas e fique tranquilo!
WebKinz
Desconhecida entre o público brasileiro, a rede da fabricante de bichinhos de pelúcia Kinz dá seus primeiros passos por aqui também. A companhia está expandindo suas operações com representantes no país e, também, com a tradução de sua rede social.
Ao ganhar um bichinho, a criança recebe um código que permite a criação de um animalzinho virtual. Este animalzinho precisa ser bem cuidado, ter sua casinha arrumada, fazer exercícios e ser treinado. Ainda há jogos online para ganhar moedinhas virtuais que podem ser investidas em itens.
Em determinados horários, acontecem competições culinárias e de beleza. O que surpreende em WebKinz é o empenho em fazer uma rede completa, reproduzindo um mundo real. Aulas, academia e até programinhas em uma televisão virtual estão lá.
Os bichinhos começarão a ser vendidos em lojas de brinquedos e online até o fim do ano, segundo os res ponsáveis pela Butterfly, representante do WebKinz por aqui. Mas, para quem quiser testar a rede social antes de comprar, o serviço oferecerá uma conta de teste que permitirá acesso a 25% das áreas e funções do game.
Até o fechamento desta matéria, muito do conteúdo permanecia não traduzido, mas os responsáveis pela rede continuam a atualizar com novas traduções, e outra remessa de traduções deve estar pronta até o fim do ano.
Prós: mundo rico, muitas possibilidades de interação e atividades
Contras: parte do conteúdo ainda não foi traduzido
ToonTown
Mantido pelo provedor Terra, o ToonTown é um ambiente virtual criado pela Disney e que se assemelha muito a um jogo. Ao se cadastrar, o jogador é transportado para uma cidadela virtual, onde poderá fazer amizades, passear e se divertir em joguinhos, bem como se juntar para derrotar os temíveis robôs “cogs”.
Ao se conectar, a criança passeia por um cenário virtual em que precisa coletar risadas e realizar tarefas para ganhar balinhas e ficar feliz. São vários joguinhos feitos individualmente, em equipe ou de forma competitiva, todos bem bacanas para os menores.
É possível adicionar outros jogadores como amigos e bater papo (função reservada aos assinantes Premium). Todas as mensagens são filtradas por um dicionário automatizado que remove palavrões e termos impróprios, e os responsáveis pelo serviço garantem que todo o mundo de ToonTown é monitorado para garantir a segurança dos pais.
Na versão gratuita, os jogadores poderão criar um avatar (chamado de “toon”) e brincar na área central. Assinantes “Premium” podem ter até seis avatares, brincar em todas as áreas do jogo e conversar com os amigos que fizerem.
O jogo é aberto por meio de um módulo ActiveX que precisa ser instalado, e funciona em navegadores Internet Explorer a partir da versão 5. Por ser um jogo em tela cheia e com gráficos rebuscados, demora para ser carregado e em máquinas mais lentas pode travar.
Prós: extremamente visual, em português e com forte apelo para crianças
Contras: funciona apenas no Internet Explorer, demora para carregar e toma a tela inteira
Migux
O cenário do fundo do mar lembra o popular desenho da Nickelodeon, Bob Esponja, o que tem um bom apelo com os pequenos. Ao se registrar no Migux a criança fornece o email de contato de seu pai ou responsável, escolhe um avatar e já pode começar a participar das atividades.
Apesar de bonitinha, a rede exige uma intensa exploração por parte da criança. Além de navegar pelo curto mapa e conversar com os outros habitantes, ou seja, outras crianças registradas e online, o usuário recebe uma casinha, onde armazena itens comprados, e onde socializa com seus convidados.
O bate-papo é simples e funcional. Ao digitar algo, a fala é proferida em um balãozinho, e entre as atividades estão joguinhos para coletar conchinhas que podem ser trocadas por atividades como desenhos, por exemplo.
Todas as comunicações são gravadas juntas com o registro do endereço IP, que identifica o usuário e p ossibilita sua localização. Usuários que não respeitarem as regras de conduta do ambiente podem ter suas contas canceladas.
Não fica claro, mas existe uma opção gratuita de cadastro, pulando a animação introdutória. Todavia, sem assinatura a grande maioria dos itens para enfeitar a casinha não está disponível. Por ter poucas atividades comparadas a outras redes sociais infantis, vale mesmo por seus recursos de interação com outras crianças, que no fundo é o principal objetivo de uma rede social.
Prós: cenário apelativo para os menores, boa ferramenta de interação entre os usuários
Contras: é necessário explorar muito, em nossos testes a navegação não funcionou como esperado todas as vezes e existem poucas opções de atividades.
Club Penguin
Mais uma rede social gratuita da Disney, Club Penguin é ambientada em um mundo virtual em Flash em que os pinguins estão no comando. Divertida, a rede social permite criar um avatar pinguim que explorará cada um dos territórios.
Em cada cenário é possível ver representações visuais de outros jogadores conectados, bem como trocar mensagens e participar de joguinhos como dança e surfe. Os jogos podem ser realizados individualmente e, em alguns casos, em forma multiplayer, o que aumenta a interação entre jogadores.
As atividades rendem moedas, mas para utilizá-las é preciso ser assinante, o que custa aos pais a mensalidade de R$ 8,95, que pode ser paga por seis meses (no valor promocional de R$ 44,95) ou um ano (R$ 84,95). As moedas então permitirão comprar acessórios e itens como os Puffles, bichinhos de estimação dos pinguins.
Ao registrar uma criança, um email d e autorização chega à caixa de mensagens do responsável para que a ativação seja feita. Caberá ao responsável escolher também que tipo de bate-papo ela poderá realizar. Existe uma opção segura e uma opção muito segura, sendo que a segunda oferece uma lista pré-definida de mensagens que podem ser trocadas.
Prós: ambiente rico e divertido, com muitas áreas para explorar
Contras: mesmo bastante visual, demora um tempinho para descobrir funções e jogos
NeoPets
Um serviço gratuito, o NeoPets mescla rede social infantil e jogos online. Ao se cadastrar, a criança é convidada a criar uma criaturinha e batizá-la.
A criança precisará educar, alimentar e manter sua criaturinha feliz. Para educar, poderá comprar livros, que precisarão ser barganhados com pontos obtidos por meio da conclusão de tarefas.
As ferramentas sociais de NeoPets, como bate-papo e email entre amigos, estão bloqueadas para crianças. Para liberá-las, os pais precisarão preencher e assinar um formulário. Para proteger as crianças do mundo virtual de material impróprio, todas as comunicações do mundo virtual são monitoradas.
Usuários que enviarem material impróprio são advertidos em uma primeira infração e banidos em reincidência.
As funções pagas do jogo, que permitem a compra de itens especiais, só estão disponíveis para jogadores dos Estados Unidos e Canadá. Ainda assim, é possível se divertir bastante com as áreas abertas e os itens disponíveis gratuitamente.
Prós: em português, gratuito, com conteúdo diverso
Contras: mais foco em games, menos em comunidade. Difícil de navegar e compreender.
Stardoll
Uma versão mais moderna da velha brincadeira de vestir pecinhas de roupas em bonecos de papel, Stardoll é uma comunidade com temática de moda voltada principalmente às meninas.
Seu público principal é o de faixa etária entre 7 e 17 anos, sendo que para menores de treze anos o serviço traz um ambiente seguro, no qual a criança não poderá divulgar informações particulares ou se comunicar por meio do centro de mensagens ou fóruns.
Todas as mensagens postadas no site passam por um filtro que bloqueia palavras impróprias. Uma comunidade de moderadores, automáticos e humanos, examina cada recanto do serviço buscando infrações e os próprios membros da comunidade são incentivados a denunciar abusos.
Ao se registrar, a criança precisa inserir o email de um responsável, que autorizará ou não sua participação. Embora possua recursos interessantes de comunicação e interação com outros jogadores, este só pode ser usufruído caso os pais desativem a proteção para menores de 13 anos.
A base da comunidade é gratuita, e os jogadores receberão “stardollars” como presente da comunidade, para comprar roupinhas e decorações para o quarto. Para acelerar a compra da moedinha virtual, é possível comprar por meio de cartão de crédito internacional na proporção de 30 stardollars por US$ 1.
Prós: em português, com foco no público feminino.
Contras: funções de interação estão, por padrão, desativadas para menores.
Opinião de quem entende
Lisandra Maioli, responsável pela rede ToonTown, do Terra, acredita que é necessária uma mudança na educação das crianças. Para ela, a segurança dos pequenos internautas está baseada nos pilares educação, conversa e participação.
A especialista explica que está cada vez mais difícil monitorar as crianças e evitar que elas sejam expostas a informações impróprias para a idade. O que deve ser feito, porém, é instruí-las sobre os espaços que podem ou não acessar, alertá-las para os perigos e ensiná-las os cuidados necessários, como não fornecer qualquer tipo de informação pessoal.
A conversa garantirá que os pais entendam o tipo de conteúdo que a criança está acessando, informação que pode ser complementada também pela participação dos responsáveis nas redes virtuais em que seus filhos estão cadastrados.
Na hora de escolher uma rede, Lisandra recomenda observar se por trás dela existe uma empresa, portal, ou instituição de confiança, que possa responder em caso de problema. Ler as condições de uso e procurar links para realização de denúncias também ajuda na hora de descobrir espaços sérios.
Muitas redes possuem métodos automáticos ou manuais para a filtragem de conteúdo ou para descobrir a idade e identidade de quem está participando. Ainda assim, a profissional aconselha que os pais estabeleçam limites e acompanhem de perto o que as crianças têm feito, uma vez que estas restrições podem ser burladas.
Lisandra afirma que colocar os filhos ainda pequenos em redes “irrestritas”, como o Orkut ou Facebook, dificulta saber com quem e o que as crianças estão falando. Neste caso, o acompanhamento deve ser ainda mais profundo, com o cuidado de não divulgar qualquer informação pessoal ou que possa vir a facili tar a localização física. Um canal aberto de comunicação entre pais e filhos também é de vital importância, para que a criança possa conversar e contar sobre possíveis condutas não apropriadas.
A especialista indica ainda ler sites informativos, como o www.safernet.org.br e adquirir software de segurança, como o provido pelo Terra. Ou você pode ler este tutorial de como fazer este controle com a Proteção para a Família, uma ferramenta gratuita do pacote Windows Live.
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